Aqui irá encontrar informações acerca de dados económicos a serem lançados esta semana e um “briefing” sobre o momento que estamos a viver nos mercados.
- Na segunda-feira foi feriado nos Estados Unidos o que resultou num dia com pouca movimentação no mercado em detrimento do fecho da sessão americana. No entanto, a Presidente do Banco Central Europeu testemunhou perante o parlamento Europeu dizendo que exclui a possibilidade de um cenário de recessão na Europa e voltou a afirmar a intenção de subir a taxa de juro em 25 bps já em Julho.
- Durante a sessão asiática de terça-feira, o governador Philip Lowe do banco australiano disse que os australianos deveriam estar preparados para mais subidas na taxa de juro, o que acabou por dar alguma força ao dólar australiano. No entanto, Lowe adicionou que ainda iriam ser discutidos os possíveis aumentos de 25 bps ou 50 bps na reunião de Julho e que ter uma taxa de juro de 4% no final do ano seria um cenário bastante improvável.
- Na quarta-feira, o presidente da FED Jerome Powell prepara-se para testemunhar entregando algumas das suas observações o que poderá gerar algum movimento no mercado. Contudo, o aumento de 0,75% já é uma informação tida em conta no mercado, sendo que a probabilidade desse aumento é 95.7% à data de 21/06/2022, pelo que em Julho poderemos contar com uma taxa de juro de 2.5%. Para observar no mesmo dia, temos a inflação do Reino Unido e no Canadá a sair, com previsões de novos máximos de 9.1% e 5.9%, respectivamente; e ainda as minutas do Banco do Japão.
Esta semana os mercados abriram num ambiente de risk-on, com índices a ganhar alguma recuperação após o grande movimento de queda que se verifica desde o início do ano, com as criptomoedas a encontrarem algum suporte, com o USD a perder alguma tração, registando uma ligeira correção, e as matérias-primas preciosas a lateralizar. A questão que permanece: estamos perante um bear-market ou perante uma correção?
Nestes últimos tempos, a inflação tem sido o indicador que mais tem mexido com o mercado, registando novos máximos no mundo inteiro. Cada novo máximo registado é interpretado com medidas mais hawkish a serem tomadas por parte dos bancos centrais, o que tem causado um sell-off nos índices. Em consequência dos aumentos agressivos das taxas de juro como tentativa de baixar a inflação, será a economia e o cidadão comum que sairão prejudicados neste momento de transição da era do “dinheiro barato” para a nova era do “dinheiro caro”.
O banco Goldman Sanchs diz que a probabilidade de recessão nos EUA é de 30% nos próximos 12 meses, previsão revista 15% em alta face á previsão anterior.
Muitos analistas afirmam que pode estar na altura de ir pensando em comprar ações e alguns ativos de risk-on, será que o leitor concorda?
Autor
Flávio Limpo
Investidor
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