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Inflação, taxas de juro e as correções nos mercados financeiros

Atualizado: 21 de mai. de 2022

Com este artigo pretende-se apresentar um ponto de situação da evolução da inflação, das taxas de juro e das correções dos principais índices de ações.


Inflação e mais inflação


Nesta altura já todos sabem que temos inflação muito alta. De uma forma geral, inflação significa que, com 1 euro, se compra menos hoje do que ontem. Por outras palavras, a inflação reduz o valor da moeda ao longo do tempo. E isto, pode ser, muito preocupante!


Desde março de 2021 que a inflação nos EUA supera os 2%. Durante grande parte deste processo Jerome Powell, presidente da FED, referiu que a inflação era transitória. Seguidamente pode observar o crescimento da inflação nos EUA. No mês de abril verificou-se uma diminuição face ao mês anterior (máximo de 41 anos) mas superior ao esperado de 8,1%.



Na zona Euro, durante o mês de abril, a taxa de inflação atingiu os 7,5% e os 7,2% em Portugal, constituindo a mais elevada desde março de 1993. No gráfico seguinte podemos observar as taxas de inflação atuais.



A grande verdade é que a inflação é persistente e crescente. Já deixou de ser transitória. Muitos tentam adivinhar que já atingimos o pico e que, mesmo continuando alta, vamos ter diminuições até ao fim do ano. As projeções dos principais bancos centrais também defendem isso.


Temos ainda muitas disrupções provocadas pela pandemia e pela invasão da Ucrânia. Enquanto estes fenómenos persistirem é muito provável que se continuem a registar taxas de inflação elevadas e, principalmente, superiores aos 2%.


Outra pergunta pertinente é se os preços voltarão a ser os mesmos? Saberemos responder a isto sem muitas dificuldades…


Estagflação


Como a própria palavra indica, é um misto de estagnação com inflação. O risco de estagflação trata-se da combinação de inflação com um cenário de estagnação económica, ou seja, em que não há crescimento económico ou até mesmo recessão.


Ainda não chegou, mas já se fala dela. Tal como nos anos 70, o mundo enfrenta o risco de estagflação. Tudo dependerá da intensidade das consequências da guerra nos preços e na atividade económica, assim como da duração do conflito entre a Rússia e a Ucrânia.


Taxas de Juro


Quando se aborda o tema da inflação temos imperativamente que falar de taxas de juro. A pandemia implicou, de forma generalizada, a descida das taxas de juro de referência pela maior parte dos bancos centrais para níveis próximos de zero.

Devido à pandemia, desde março de 2020 os bancos centrais injetaram triliões de euros, dólares, etc. na economia. As taxas de juro mantiveram-se em níveis de 0% ou muito próximo.


Tendo em consideração os valores elevadíssimos da inflação nos EUA, em novembro de 2021 a FED iniciou o seu processo de tapering. Em março de 2022 subiu a taxa de juro em 0,25% e no dia 4 de maio efetuou mais uma subida, desta vez de 0,5%, fixando-se atualmente a taxa em 1%.


Com base na informação da CME FedWatch Tool, na reunião de 15 de junho o mercado está a prever um aumento de 0,5% e na reunião de 27 de julho outro aumento de 0,5%. São apenas estimativas e previsões, mas podemos chegar a julho com uma taxa de 2% nos EUA. E no fim do ano, com mais 3 reuniões por realizar, com uma taxa maior.


Na zona euro, a taxa de juro de referência é 0% desde março de 2016. A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, admitiu na semana passada que o conselho de governadores do banco central poderá subir as taxas de juro de referência já no início do Verão. Alguns membros do BCE defendem uma subida das taxas para evitar que a inflação se torne permanente e quem peça maior cautela para travar a entrada da economia europeia em recessão no atual contexto da guerra.


Porém, com a subida galopante da inflação na europa, mais cedo ou mais tarde o BCE vai acompanhar a subida das taxas de juro. Acompanhemos as cenas dos próximos capítulos.


Correções ou bear market nos índices acionistas?


Após as quedas significativas, provocadas pela pandemia (aproximadamente 35% em média nos principais índices bolsistas), entre meados de fevereiro e 23/03/2020 (mesmo dia para ambos os índices dos EUA) tivemos variações positivas muito significativas em todos os índices.


Os índices S&P500 e Dow Jones registaram máximos históricos no início de 2022. O índice NASDAQ e o DAX registaram máximos históricos no fim de 2021.


Depois destes máximos históricos os principais índices dos EUA têm vindo a sofrer uma desvalorização significativa. O S&P500 desvalorizou, desde o máximo de 04/01/2022, 20,9%. O Dow Jones 17,1% e o NASDAQ 31,9%. No gráfico seguinte apresentam-se as desvalorizações verificadas em fevereiro e março de 2020, devido à pandemia, e as atuais desvalorizações.



Estamos perante uma correção significativa ou um novo bear market? A verdade é que não sei. Nem eu nem ninguém. Quem quer adivinhar fundos nestes ativos corre o risco de sofrer mais desvalorizações e não ter estrutura emocional para as aguentar e carteira para suportar.


Fazendo um pequeno resumo dos últimos bear markets, suas desvalorizações e duração, o movimento de correção verificado desde 4 de janeiro no S&P500 dura há 136 dias. Nos anteriores bear markets tivemos desvalorizações superiores. Devem ter em atenção que tivemos em conta apenas os últimos bear markets e não todos os verificados ao longo de várias décadas.



Conclusões


Não podemos deixar a inflação à solta. Irá travar o crescimento mais cedo ou mais tarde, e provavelmente com mais violência. Se nada for feito, depois quando se quiser voltar a domá-la, provavelmente vão ser necessárias medidas mais duras e com estagnação/recessão. Com a subida galopante da inflação na europa, mais cedo ou mais tarde o BCE vai acompanhar a subida das taxas de juro.


Investir deve implicar calma, persistência, paciência, perspectiva de longo prazo e consistência da poupança.


Neste momento de correções o maior risco que um investidor corre quando investe o seu dinheiro é o seu comportamento reativo a noticias e acontecimentos de curto prazo. Na nossa opinião o maior desafio com que ele se debate ao investir no mercado não é intelectual mas sim emocional.


A grande verdade é que cada pessoa faz o que entender com o seu dinheiro. Em caso de dúvida não faça nada, fique quieto e não invente.

Eu não quero ter razão. O nosso ego de nada vale quando queremos investir nos mercados financeiros. Não podemos mudar o mercado, mas podemos mudar a nossa for de agir, a nossa forma de olhar para ele e a nossa estratégia de atuação. Para isso é imperativo investir em educação financeira.

Desejo-vos muitos sucessos e saúde.

Fernando Marques

Co-Founder at Income Markets






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