Depois do pânico inicial de uma quebra substancial na oferta, o preço do barril voltou já aos níveis pré-guerra, sofrendo com a deterioração de perspectivas económicas globais.
A invasão russa da Ucrânia fez disparar a cotação internacional do petróleo, com os mercados a temerem uma suspensão das vendas da produção russa ao Ocidente, mas o barril de ‘ouro negro’ retomou já os valores pré-guerra, esta semana. Depois de quase fixar um novo máximo em Março, a tendência de queda da cotação tem sido quase constante e levou mesmo o Brent, a referência para o mercado europeu, a mínimos de 3 de Fevereiro durante esta semana, dado os medos de um arrefecimento da procura causado por uma recessão global ainda este ano.
Depois de atingir um pico a 7 de março, quando o barril Brent tocou os 139,13 dólares (cerca de 137,85 euros, ao câmbio actual), a tendência tem sido de baixa, com uma correção de “aproximadamente 35%” até ao “grande nível de suporte” nos 85 dólares (cerca de 84,64 euros), explica ao NOVO Fernando Marques, co-fundador da Income Markets.
O que começou como um possível problema na oferta rapidamente se transformou numa preocupação com a procura, à medida que cresceram os receios quanto a um abrandamento do crescimento global este ano.
As disrupções nas cadeias internacionais de fornecimento eram já um entrave para a economia em 2022 e o cenário degradou-se rápida e substancialmente com o conflito no leste europeu, a aceleração significativa da inflação na generalidade das economias mais desenvolvidas e os receios de novos confinamentos em massa na China, onde a política ‘Covid zero’ continua a vigorar, ilustra Luís Alves, analista financeiro do Banco Carregosa. “Além disso, apesar das sanções, as exportações russas têm-se mantido relativamente constantes, com muita da sua oferta a ser absorvida por países asiáticos, como a Índia e China”, continua. Outro fator foi a libertação de reservas de petróleo pelos Estados Unidos da América, que “promoveu um maior equilíbrio no mercado”.
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