O Banco de Portugal divulgou a caraterização sociodemográfica das pessoas que contraíram crédito junto das instituições financeiras residentes em 2023.
Segundo o Banco de Portugal esta informação é apurada a partir dos dados da Central de Responsabilidades de Crédito e diz respeito aos novos créditos concedidos aos particulares em Portugal, excluindo os que resultaram de transferências de crédito entre instituições.
Principais destaques:
Em 2023, as instituições financeiras em Portugal realizaram dois milhões de novos contratos de crédito, com 1,6 milhões de pessoas;
O número de novos contratos foi semelhante ao de 2022, mas o montante total decresceu 11%;
61% do crédito à habitação própria permanente foi concedido a pessoas com idade até 40 anos;
13% das pessoas que obtiveram novos créditos eram estrangeiras, maioritariamente de nacionalidade brasileira.
Total do novo crédito concedido em 2023
As instituições financeiras em Portugal realizaram dois milhões de novos contratos de crédito, com 1,6 milhões de pessoas, num total de 25 mil milhões de euros.
O número de novos contratos foi semelhante ao de 2022, mas o montante total decresceu 11%;
O número de homens que obtiveram crédito voltou a ser superior ao número de mulheres, em todos os tipos de crédito, exceto no crédito à habitação, em que foi semelhante;
O peso dos devedores estrangeiros no total de pessoas que obtiveram novos créditos voltou a subir: passou de 8,2% em 2021 para 10,6% em 2022 e, em 2023, fixou-se em 13,5%. Em 2023, metade destes devedores tinha nacionalidade brasileira.
Crédito à habitação própria permanente
Em 2023, 117 mil pessoas contraíram um crédito à habitação própria permanente, menos 30 mil do que em 2022. Destas, 42% tinham entre 31 e 40 anos. A maioria trabalhava por conta de outrem e tinha um nível de escolaridade superior. Metade residia nas regiões da Grande Lisboa, Área Metropolitana do Porto e Península de Setúbal;
Metade dos novos créditos à habitação própria permanente tinha valor igual ou inferior a 117 mil euros; 70% foram inferiores a 150 mil euros e apenas 4% superaram os 300 mil euros.
Nesta análise, considera-se "crédito à habitação própria permanente” os contratos de crédito para aquisição, construção ou realização de obras em imóveis utilizados como morada principal e habitual, do proprietário e do seu agregado familiar.
Outro crédito à habitação
Em 2023, 17% do montante total de crédito à habitação concedido destinava-se à aquisição, construção ou realização de obras em habitação secundária ou para arrendamento e aquisição de terrenos para construção de habitação. Metade dos contratos tinha valor igual ou inferior a 101 mil euros;
Do total de devedores de outro crédito à habitação contratado em 2023, 26% eram estrangeiros, maioritariamente originários de Angola, do Brasil, dos EUA e do Reino Unido. Em 2021, esta percentagem tinha sido de 17%;
40% do montante total do outro crédito à habitação foi concedido a estrangeiros. Uma análise por região mostra que esta proporção foi de 71% no Algarve, 47% na Grande Lisboa e 32% na Área Metropolitana do Porto.
Nesta análise, considera-se “outro crédito à habitação” os contratos de crédito para aquisição, construção ou realização de obras em habitação secundária ou para arrendamento, bem como para aquisição de terrenos para construção de habitação.
Crédito pessoal e crédito automóvel
Em 2023, 578 mil pessoas contraíram um crédito pessoal. Cerca de metade destes novos créditos tinha valor até 3 mil euros. Estes números são semelhantes aos de 2022;
253 mil pessoas contraíram crédito automóvel, mais 15 mil do que em 2022. Dos novos contratos de crédito automóvel, 75% foram inferiores a 20 mil euros e apenas 1% superou os 50 mil euros;
9% do crédito pessoal e 13% do crédito automóvel foi concedido a estrangeiros.
Pode obter mais informação em:
Obrigado.
Fernando Marques
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